Liniker - Zero
"Peguei até o que era mais normal de nós
"Peguei até o que era mais normal de nós
E coube tudo na malinha de mão do meu coração"
Sinuosa linha que separa o tempo dos acontecimentos. Concretiza feitos, cruza corpos e cria histórias. Intensa a dança que move os passos que procuram um compasso. E os pés vão caminhando em plena sintonia, afagados por açucarados sorrisos. Abraços demorados em conjunto com olhares que oferecem um convite sutil: Fica, ele demonstra. Sorri com os olhos, brilhantes e negros.
Hipnotizados, hipnotizantes. Os cabelos voam quando bate o vento, o corpo esfria, mas encontra no outro. Uma razão para estabelecer a chama que esquenta também o coração. Eu quero, ele diz. E, aos poucos, vai assumindo um lugar sui generis. E o novo vira doce que, denso, derrete e enche a boca de antídoto. Catastrófica, a mente se retorce e entra em frenesi: paixão, receio, loucura. Mas o amor não pode ser veneno. Medo, ele diz. "Quem tem alma não tem calma", parafraseio. Medo dá coragem, ele insiste. Mais coragem, que medo, respondo. Magnetiza energia que atrai os corpos que, a cada novo encontro, provoca um pandemônio nos neurotransmissores. Parece que nos conhecemos há tempos, ele recita, clichê. De vidas passadas, pensei, hesitei, não verbalizei. Que bagunça você fez em mim, conclui.
Pequena, ele me chama. Grande, eu o vejo
Confia, ele pede. Calma, eu bocejo
Incertezas, ele revela. Concordância, eu apresento
Desejos, ele almeja. Sonhos, eu os quero
Eu te amo, ele despeja. Amor, eu entrego
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