quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Ele

Às vezes olho para ele e imagino o universo. O quão grande o enxergo. Não porque o coloque num pedestal, mas porque ele realmente é grande. Esplêndido em toda a graça de sua presença. Aquela voz aguda e de fala praticamente cantada, que as vezes fica fina quando ele está em seu lar ou quando tenta ser charmoso, mas acaba parecendo um bebê cheio de manha, como quem propositalmente age dessa maneira para ser pego no colo e aninhado. E de repente muda, fala grosso, briga, se defende como quem se sente ameaçado e por meio de uma dialética única. Depois me aperta, faz piada, dá risada.
Às vezes olho para ele e fico impressionada com toda a infinidade de sua beleza ao mesmo tempo que me incomoda saber que todas as pessoas têm acesso a essa visão. Mas isso me faz lembrar que algumas poucas visões só eu tenho. A visão do seu olhar apaixonado, me lembrando do por que me entreguei, com aqueles olhos brilhantes e um sorriso bobo na boca. A visão das suas nádegas redondinhas se mexendo quando ele levanta da cama para se lavar. A visão daquele olhar que me penetra, literalmente, em todo o meu corpo, me dominando com maestria, proporcionando momentos únicos de loucura e prazer. Momentos que eu desejo a maior parte do meu dia, que é poder ter uma nova oportunidade de me perder nos seus braços, no seu corpo, no seu gozo. A visão daqueles cabelos caindo sobre os meus seios quando ele sai de cima de mim, com aquela moleza pós-orgasmo e me mostrando o quanto ele é maravilhosamente lindo e inteiramente delicioso. Genuína e interiormente repleto de beleza.
Privilégios meus, sortudos olhos, carregado por um corpo amolecido e uma mente inquieta. Comunicação entorpecida, desejo imenso provocado pelo medo e pela paixão. Seguro coração, que pulsa e arde, dentro dessa carcaça pesada.

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