terça-feira, 1 de maio de 2018
Limpeza de lente e concreto
Eu me encontrei em mim mesma assim que eu percebi que não preciso de muitas coisas para ser feliz. Não preciso de posses, um carro na garagem, uma sensação de extremo conforto financeiro e material, mas sei que preciso de amor, seja de quem for, de amigos, da família, ou de alguém que mal conheço, mas que me faz me enxergar completamente despida de incertezas. A vida tem se mostrado afável comigo, como se eu estivesse prestes a conquistar coisas que eu lutei. O problema é que tudo isso demanda espera e a minha ansiedade me faz me perder às vezes no álcool e na extrema necessidade de me manter em movimento, buscando por uma diversão abusiva e que tem afetado meu bolso e meu corpo. Eu já nem estou mais tentando ser vegetariana nos últimos dias, porque minha fome por viver tem sido tão insaciável que não consigo mais distinguir o que é gula ou fome. Mas eu não caio. Eu me mantenho numa corda bamba sem escorregar, como uma verdadeira equilibrista. Não que eu me sinta equilibrada, não posso mentir para mim mesma, mas porque eu aprendi que como não cair. Eu me sinto forte, como se nada pudesse me abalar e é sob essa força que eu vou lidando com esse presente desgastante e tentando plainar sobre a vida de uma maneira, quase, positiva. Eu sinto que mudei e talvez tenha crescido, provavelmente. Hoje, meus sonhos são outros, eu não tenho mais tesão em fugir e testar loucuras sob outra ótica, porque minha vista estava embaçada e agora tudo parece mais claro para mim. Eu quero mais que trascender, eu quero construir. Nem que seja tijolo por tijolo, e com isso, muito suor, mas argamassa não falta, porque até nisso eu vou conseguir esculpir. Está tudo bem, tudo bem.
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