Ia até o banheiro para mijar, mas acabava defecando líquido.
Jogava água no rosto, mas a sensação desconfortável não passava.
Entrava embaixo do chuveiro, ficava paralisada durante meia hora.
O vapor da água a deixava tonta, corria até a privada e vomitava.
Se sentia melhor. Às vezes, voltava para cama.
Se não, ia devorar qualquer bagulho que tivesse na geladeira.
Prometia nunca mais beber ou usar drogas. Muitas vezes rezava.
Nunca pedia a Deus, porque não acreditava.
Mas achava que alguém estaria ouvindo sua prece.
Passava o dia todo tentando se recompor.
Resolvia pegar o celular para ver as ligações perdidas.
Não aguentava e retornava o sms de convite para uma festa.
Trocava de roupa, passava maquiagem pesada.
Muito corretivo para cobrir as olheiras. Muito batom para parecer sexy.
Engolia um pedaço de pão para não perder a carona.
Mandava o padê para dentro das narinas, enquanto ria do papo dos amigos.
Dava uns goles na vodca barata que compraram para fazer o esquenta.
Chegava na festa e cumprimentava a todos como se fosse íntima.
Sorria até para os inimigos e abraçava os conhecidos.
Bebia tudo o que encontrava: uísque, rum, vodca, cachaça.
Ficava alegrinha e ia até a varanda pra falar com a galera do baseado.
Descolava alguns pegas. A brisa batia rápido então ria sem parar.
Encontrava o peguete da semana anterior, ou o boy novo do rolê.
Flertava. Chamava pra dançar. Beijava.
Se a pegada fosse boa, se excitava.
Iam para um canto escuro e começavam a brincar de mãozinha.
A boca ia descendo pelo pescoço até chegar nos seios.
Sua mão ia passando da coxa dele, até chegar à virilha, até chegar ao pênis.
Ereto e pulsando. Enquanto a respiração de ambos ficava alta.
Era hora de arranjar um quarto.
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