terça-feira, 25 de setembro de 2018
Abandono
Já foi dito que o homem (sic) é um animal social por natureza. Enquanto integrante da sociedade, o ser social depende de suas relações sociais inclusive para sobreviver. Eu não levo em consideração pseudo-eremitas que não pagam aluguel porque vivem com os pais, trancafiados em suas bolhas impenetráveis. Já conheci alguns e a experiência foi mais que péssima, pois minha presença, ou de qualquer outro, só era requisitada para utilidade. Odeio pessoas puramente utilitaristas, ainda que, sabemos que a maioria das relações ainda assim sobrevivem dessa maneira, somos seres sociais, precisamos uns dos outros. Eu sou da multidão, não daquelas dos shows lotados (depende da intenção, claro), mas que leva em consideração a vida em sociedade na sua forma mais pragmática: no desejo e no ensejo do compartilhamento. Na ajuda, no companheirismo, no ideal de igualdade. A gente precisa de individualidade, mas precisa saber estar aberto suficiente para não precisar e pedir mais do que está disposto a doar. É uma via de mão dupla. Sempre digo que odeio pessoas egoístas, perdidas na própria vaidade, que não enxergam dos lados, que sugam e não oferecem nada em troca. Odeio porque meus princípios morais se baseiam nesses fatores citados. Não ter expectativa é uma ilusão. Impor que o outro cumpra com sua expectativa é outra história. É egoísmo? Acredito que ninguém é totalmente altruísta e quem acredita nisso pode ser mais vaidoso do que realmente caridoso. Será que nesse caso os fins justificam os meios? Não sei dizer. Às vezes idealizo demais e, por assim sendo, erro na mesma proporção. Longe de mim sentir as mazelas de um abandono. Que por vezes inconscientemente sentimos em vários momentos. Difícil é viver e ser coerente o tempo todo, seja com suas ideologias, seja com as pessoas que te cercam, seja consigo mesmo. A gente muda muito, sente muito e se perde muito. A racionalidade é um estado necessário. Não se compra, não se vende, talvez se troque. Difícil é ser racional enquanto se sente contrariado, desafortunado, abandonado. A dor que entra em colapso grita mais forte, e assim a loucura parece ganhar força. O medo transforma, o medo deturpa. O medo gera violência, autoritarismo, insanidade. Ainda que as conquistas sejam escassas, é preferível comemorar e se orgulhar da luta que lamentar o fracasso.
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