segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Ressaca moral - parte 2
Duas facetas dividiam seu desejo: a vontade de parar, devido ao cansaço que aquela vida lhe trazia, e o descomprometimento inegável, que, de forma inconsciente, a levava de volta àquela mesma situação.
Ressaca moral - parte 1
Ela imaginava que tudo seria mais fácil se somente seguisse os seus desejos.
Aquela maldita necessidade de ser livre foi consumindo-a aos poucos.
Já não se importava com os pensamentos alheios.
Aquela ânsia por diversão a deixava completamente extasiada.
Ela sabia que aquele caminho estava muito distante do sentimento.
Mas não conseguia mais parar.
Aquela maldita necessidade de ser livre foi consumindo-a aos poucos.
Já não se importava com os pensamentos alheios.
Aquela ânsia por diversão a deixava completamente extasiada.
Ela sabia que aquele caminho estava muito distante do sentimento.
Mas não conseguia mais parar.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Apocalipse
O simples fato de não entender o mundo, lhe afastava dos demais seres, que através de suas escolhas, acreditavam compreender o valor de algo.
Na derrota, a ânsia pela glória.
No desejo, vontades poderiam ser sucumbidas.
Na fraqueza, o medo da morte.
Respirar não era mais a saída.
Eles buscam uma terra que não existe, um reinado que não lhes foi digno, um amor que se acabou com o tempo.
Na derrota, a ânsia pela glória.
No desejo, vontades poderiam ser sucumbidas.
Na fraqueza, o medo da morte.
Respirar não era mais a saída.
Eles buscam uma terra que não existe, um reinado que não lhes foi digno, um amor que se acabou com o tempo.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
A paciente
Nada muda em meu pensamento, eu interiormente respiro. Numa atitude desesperada em não demonstrar que aquele olhar não me intimida, coloco um mecha de cabelo atrás da orelha, enquanto observo sua boca e mãos se moverem, expressando palavras que eu não estaria prestando atenção. De repente, ele chegou mais perto e colocou a mão direita sobre meu ombro esquerdo, e perguntou se eu estava entendendo. Concordei com a cabeça e ele sorriu para mim. Depois virou-se para caminhar em direção a sua mesa, quando pude observar aquele belo par de nádegas rijas se movendo para coordenar suas grossas e fortes pernas. Ele havia me dito que malhava todos os dias na última vez em que estive em seu consultório. Nunca me senti atraída por fortões, mas, por algum motivo, sentia-me extremamente interessada naquele homem. Não que eu me imaginava amamentando seus filhos, apenas tinha a vontade de vê-lo tomando banho em minha ducha.
Queria poder observar aquelas mãos largas esfregando o xampu em seus cabelos, e depois eu entraria em cena com uma toalha na mão, me oferecendo para secar seus membros. De certa forma não o imaginava, por exemplo, fazendo a barba na minha pia. Mas tudo bem, pensei, toda aquela visão me confortava de um jeito ou de outro, pois pela primeira vez eu sabia o que queria quando conhecia um homem que desejava: sexo. Era apenas sexo.
Ele pediu para que eu colocasse o avental, pois iria me examinar. Entrei no micro banheiro instalado em seu consultório, e tirei minhas roupas, apenas ficando de sutiã e calcinha, e coloquei o avental por cima. Quando sai, ele me sorriu novamente, dizendo que eu precisaria tirar toda a minha roupa, inclusive peças íntimas, para que pudesse realizar o exame. - Não fique constrangida! Sou médico, estou acostumado.
Entrei novamente no banheiro e comecei a suar frio. Nunca havia ficado nua na frente de um homem se não fosse para dez minutos depois ele estar em cima de mim, com a sua genital socando a minha. O que eu poderia fazer? Não deveria ter vergonha do meu ginecologista!
Tirei o sutiã e a calcinha, pus o avental por cima e depois observei pela fresta da porta para ver o que ele estaria fazendo. Seu corpo estava debruçado sobre uma gaveta, retirando os utensílios que usaria para realizar o meu exame. Depois de despôr todos os instrumentos sobre a mesinha ao lado da cama, jogou fora a luva e colocou outra nova. Aquele movimento de enfiar o par de luvas no dedo, empurrando-a até o fim para que a borracha não ficasse solta, me deixou excitada, e comecei a imaginá-lo novamente pelado, mas, desta vez, colocando uma camisinha em seu pau de tamanho colossal.
Respirei fundo e sai pela porta. Ele perguntou se estava tudo certo e pediu para que eu deitasse e abrisse bem as coxas para colocá-las sobre as perneiras da cama ginecológica. Aquele frase me deu um arrepio, então sua imagem pelado não saía mais da minha cabeça. O imaginava agora vestido apenas de jaleco, enquanto sua neca balançava e sorria para mim.
Ele disse que iria fazer a coleta do papa nicolau e que eu deveria ficar relaxada, mas não consegui entender isso no momento. Foi então que ele colocou o utensílio dentro de mim e dei um gemido alto e ronquido. Olhei para seu rosto e o via em cima de mim, me penetrando pela primeira vez. Perguntou se estava tudo bem e se poderia prosseguir para o exame das mamas, concordei que sim. Ele guardou a coleta em um pote, e depois começou o outro exame, apalpando meus seios, que a essa altura estavam duros que nem pedra. Estava gostando daquilo, já tão excitada com a situação, que não percebia mais se me movia ou falava algo. Enquanto suas mãos me massageavam, fiquei imaginando seus lábios enormes sugando meus mamilos. Peguei a sua mão e comecei a apertá-la sobre meu seio, enquanto me tocava levemente.
Estava em êxtase, sentia que algo forte e incontrolável estava se aproximando, continuei algum ritmo qualquer, não enxergava mais nada. Continuei com um ritmo frenético e, de repente, senti uma pontada forte em conjunto com diversos arrepios que se espalharam por todas as minhas veias, me causando um fervor e relaxamento total de todos os membros do meu corpo. Quando abri meus olhos, ele me olhava assustadamente. Me levantei, coloquei minhas roupas apressadamente, enquanto ele me observava estagnado. Me virei a ele, e disse:
- Obrigada.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
A Santa - Cap.1 - Vida de menina
Vida de menina
Eram 5 horas da manhã do sábado de 31 de janeiro de
1998, quando despertei com o cantar do galo que pairava sobre o telhado de
nossa casa. Era um lar humilde situado em Valparaíso, cidade com menos de 3 mil
habitantes, a quase 600 quilômetros da capital paulista. Nossa casa ficava
dentro de um sítio no qual nossa família trabalhava diariamente. As paredes
eram feitas de tábuas ocas, o teto caía aos pedaços, repleto de manchas e mofos
causados pela umidade dos dias de chuva, e o chão, ah o chão... Era de terra
batida, vermelha e mal cheirosa. E, acredite, varrê-lo era um pesadelo no qual
eu e minha irmã mais nova vivenciávamos todos os dias. Carmem jogava água com
um balde, enquanto eu tirava o acúmulo de sujeira com uma vassoura de palha,
tomando o máximo de cuidado para não levantar pó. Tínhamos de repetir essa
atividade pela casa inteira, menos o banheiro, que era o único lugar que havia piso
e azulejos na parede, e isso só foi possível quando meu falecido pai vendeu uma
vaca de criação - a Mimi, que eu e meus irmãos tanto amávamos – para um
paulista que iria arrendá-la fora dali. O senhor era mais esperto do que o
pobre homem, cujo valor mais alto de dinheiro que já teve em mãos foram quatrocentos reais, e no qual acreditou que com aquela quantia seria possível
reformar toda a casa e ainda comprar um aparelho de DVD. Por fim, seu José,
como meu pai era chamado, apenas pôde reformar o banheiro, o que para nós,
crianças, era insignificante.
Lembro-me bem de quando ele voltou para casa aos
prantos, achando que o dono da venda havia o enganado: “Me roubaram muié, me
roubaram!”. Era o que ele dizia para minha mãe, que o abraçava e falava quase
que sussurrando: “Ele vai pagá pelo que fez homi, ele vai pagá!”. Depois de
algum tempo aquelas reclamações pareciam ser menos preocupantes, porque toda
vez que Dona Conceição dizia que alguém iria pagar por algo, a pessoa realmente
pagava de alguma forma. E eu não digo isso porque o tal do dono da venda - que
mau algum teria feito ao meu pai a não ser ter cobrado o valor certo da
mercadoria - de repente teria ido lhe pedir desculpas ou devolvido o dinheiro.
Mas, duas semanas depois, descobrimos que o homem, na noite posterior do
incidente, teria se engasgado enquanto comia uma bisteca de porco no jantar, e
faleceu.
Seu José e Dona Conceição, meus pais, eram caseiros
do sítio de um rico casal de fazendeiros Senhor Guilherme e Dona Luiza, os
Alves, era como os chamávamos. Eu não sei dizer ao certo se eles eram realmente
afortunados, mas nós percebíamos a diferença da vida que levávamos e a rotina
deles. Senhor Guilherme trocava de carro a cada três meses, mas nunca estava
presente porque viajava bastante. Era um homem bem apessoado, alto, de costas
largas e braços fortes, amedrontava muita gente com sua aparência viril e sua
voz grave e estridente. Nunca soube dizer exatamente no que trabalhava, ou o
que fazia em suas viagens, mas sabia que esse emprego lhe rendia muitos frutos.
Toda vez que voltava de uma viagem, trazia consigo algumas histórias para
contar, além de charutos e vinhos, que dividia com meu pai sempre que podia. Os
dois se sentavam à frente da beira de um lago que ficava a cinco metros de
nossa casa, e conversavam desde depois do jantar até à madrugada do dia
seguinte. O magnata relatava as “aventuras” que havia tido na última viagem,
enquanto Seu José apenas escutava e tragava o vapor de charutos de boa
qualidade. E foi exatamente dessa forma que meu pai passou a viciar em
cigarros, a principal razão para o surgimento de um câncer que o matou alguns
anos depois.
Eu deveria ter doze anos nessa época e ainda me
divertia com os restos de brinquedos que a Dona Luiza doava para nós.
Geralmente eram bonecas defeituosas, algumas sem cabeças, outras sem pernas ou
braços, que a filha mais nova do casal, Regina, enjoava e depois destruía. Era
sempre uma festa, quando toda última sexta-feira do mês, minha mãe chegava em
casa carregando um saco de lixo cheio nas costas, e uma cesta repleta de
pãezinhos e bolos, na outra. Meu pai esquentava o leite, e deixava um pote de
manteiga sobre a mesa, somente à espera de Dona Conceição entrar pela porta. Como
em um ritual, ele pegava a cesta de sua mão e colocava sobre a mesa, depois lhe
dava um beijo em sua testa, enquanto as crianças avançavam sobre o saco para
ver o que a filha dos Alves teria “jogado fora” dessa vez.
No entanto, a última sexta-feira daquele mês de
janeiro havia sido diferente. Dona Conceição retornou apenas com uma enorme
cesta de vime, que ela mal conseguia carregar. Ainda, na entrada do sítio, era
possível escutar a sua voz pedindo por ajuda: “Zé! Mininus! Vem me ajudar! Tá
pesado!”. Meu pai pegou a cesta de suas mãos, enquanto eu e meus irmãos ficamos
esperando na porta da casa. Ela virou-se para nós e disse: “Hoje não tem
brinquedo criançada! A filha da dona cresceu e não qué mais sabê de bonequinha!
Ocê deveria fazê o mesmo minina!”, disse ela passando a mão em minha cabeça,
sob um tom de repreensão. Meu pai abriu a cesta, e para surpresa dele, a mulher
havia trazido metade de um porco assado, além de alguns queijos e um grande
pedaço de bolo de festa: “Quê é isso tudo muié?”. Eram as sobras da festa de
aniversário de Regina, que havia completado treze anos naquele dia: “Alguns
dias atrás essa menina engatinhava, agora já é adolescente! Vê se pode homi!”.
Sentamos sobre a mesa e antes de comermos, fizemos uma oração como de costume.
Durante o jantar, Dona Conceição dizia ao pé do ouvido de Seu José algumas
fofocas que teve conhecimento enquanto estava trabalhando, como se eu ou meus
irmãos não pudéssemos escutar. Uma dessas especulações era de que Regina já
havia tido menstruação e que também não era mais virgem, além de que Senhor
Guilherme teria uma amante na capital.
Tentava fingir que não estava prestando atenção no
falatório que Dona Conceição relatava com tanto prazer. Seu José quase não
escutava o que a mulher dizia, e ela sabia disso, mas sua vontade de desabafar
tudo aquilo que passava diante de seus olhos e no qual deveria se manter calada
era como uma benção para ela. Eles eram muito respeitosos com seus patrões,
sempre nos falavam que aquele casal teria salvado suas vidas, afinal, eles
chegaram naquele sítio sem rumo e com três filhos pequenos e famintos. Talvez
essa família tenha nos salvo mesmo, e deveríamos demonstrar gratidão
eternamente.
Amor [in] Órbita
Ele rastejava em direção ao véu que, sobreposto às margens arenosas da costa, imergia, fulminante, sob as ondas do mar e dançava levemente ao embalo daquela brisa.
Ela havia lhe dado às costas e ele, contendo o último sopro de esperança emanando em seu peito, acreditava que aquela situação só estaria acontecendo devido a um súbito ataque de confusão em que ela teria se submetido ao encarar o altar e os olhares julgadores daqueles que estavam presentes.
Mal sabia ele que ela abandonara seus compromissos há algum tempo, dado o fato de que o relacionamento deles já não era mais o mesmo. "Mas qual relacionamento continua perfeito depois de cinco anos?", era a questão que ele vivia repetindo a si mesmo quando passou a desconfiar da fidelidade de sua noiva.
Que loucura estaria passando por sua cabeça ao pedir a mão da mulher que supostamente o traía? E dela, ao aceitar se casar com aquele que já não amava mais?
Apostar no amor como um fator de risco, que poderia salvar qualquer relacionamento, era algo comum naquela sociedade. Seus habitantes acreditavam piamente que aquele sentimento, que costumava construir laços eternos, fosse inquebrável. Só se amava uma vez na vida.
Naquele momento, ela corria sem rumo, com os pés descalços que sofriam ao pisar na areia escaldante daquela primavera de sol. Ela havia planejado há dois dias o plano de fuga de seu próprio casamento, mas, obviamente algo havia dado errado.
A ressaca moral vinha acompanhada à dor na consciência após perceber que seu amante não a estava esperando conforme planejaram. Ele perdera a coragem, surgida no calor do momento, em largar sua esposa e duas filhas para viver um amor proibido.
Apesar do receio em relação ao o que viria depois daquela situação, que deixava suas pernas levemente trêmulas, ela se sentia uma pouco orgulhosa de seu desbravamento ao tentar fugir daquilo que acreditava ser um inferno.
No entanto, um simples gesto involuntário, que lhe fez virar para trás, trouxe à tona a imagem de tudo aquilo que ela não queria sentir. Seu noivo estava debruçado sobre o véu, que calhou a escorregar pelos seus lisos fios de cabelo no instante em que correu para longe do altar, após deliberadamente ter dito "não" aos olhos lacrimejados daquele fraco homem.
Ele apertava firmemente aquele fino pedaço de tecido contra o peito, forçando para que não escapasse pelas suas mãos. E perguntava a si mesmo, em voz alta: "O que eu fiz de errado?".
Entre os convidados, rodas de cochicho se formaram a respeito da noiva, coisas que provavelmente não lhe agradariam. Enquanto aquela ex namorada, ainda ressentida por ter sido trocada há cinco anos, abraçava-lhe as costas e sussurrava algo possível de ser compreendido através de uma paralela e quase inútil leitura labial: "Ela não te merecia".
Ela assistia àquela cena com o rosto já completo de lágrimas, que lhe salgaram a boca no instante em que clamou pelo nome de seu amado. Todos os olhares se voltaram à ela, e ele foi à sua direção, ainda carregando o pedaço de tecido que lhe compreendia o sentimento guardado: "Não vá embora", ele disse.
Ela havia lhe dado às costas e ele, contendo o último sopro de esperança emanando em seu peito, acreditava que aquela situação só estaria acontecendo devido a um súbito ataque de confusão em que ela teria se submetido ao encarar o altar e os olhares julgadores daqueles que estavam presentes.
Mal sabia ele que ela abandonara seus compromissos há algum tempo, dado o fato de que o relacionamento deles já não era mais o mesmo. "Mas qual relacionamento continua perfeito depois de cinco anos?", era a questão que ele vivia repetindo a si mesmo quando passou a desconfiar da fidelidade de sua noiva.
Que loucura estaria passando por sua cabeça ao pedir a mão da mulher que supostamente o traía? E dela, ao aceitar se casar com aquele que já não amava mais?
Apostar no amor como um fator de risco, que poderia salvar qualquer relacionamento, era algo comum naquela sociedade. Seus habitantes acreditavam piamente que aquele sentimento, que costumava construir laços eternos, fosse inquebrável. Só se amava uma vez na vida.
Naquele momento, ela corria sem rumo, com os pés descalços que sofriam ao pisar na areia escaldante daquela primavera de sol. Ela havia planejado há dois dias o plano de fuga de seu próprio casamento, mas, obviamente algo havia dado errado.
A ressaca moral vinha acompanhada à dor na consciência após perceber que seu amante não a estava esperando conforme planejaram. Ele perdera a coragem, surgida no calor do momento, em largar sua esposa e duas filhas para viver um amor proibido.
Apesar do receio em relação ao o que viria depois daquela situação, que deixava suas pernas levemente trêmulas, ela se sentia uma pouco orgulhosa de seu desbravamento ao tentar fugir daquilo que acreditava ser um inferno.
No entanto, um simples gesto involuntário, que lhe fez virar para trás, trouxe à tona a imagem de tudo aquilo que ela não queria sentir. Seu noivo estava debruçado sobre o véu, que calhou a escorregar pelos seus lisos fios de cabelo no instante em que correu para longe do altar, após deliberadamente ter dito "não" aos olhos lacrimejados daquele fraco homem.
Ele apertava firmemente aquele fino pedaço de tecido contra o peito, forçando para que não escapasse pelas suas mãos. E perguntava a si mesmo, em voz alta: "O que eu fiz de errado?".
Entre os convidados, rodas de cochicho se formaram a respeito da noiva, coisas que provavelmente não lhe agradariam. Enquanto aquela ex namorada, ainda ressentida por ter sido trocada há cinco anos, abraçava-lhe as costas e sussurrava algo possível de ser compreendido através de uma paralela e quase inútil leitura labial: "Ela não te merecia".
Ela assistia àquela cena com o rosto já completo de lágrimas, que lhe salgaram a boca no instante em que clamou pelo nome de seu amado. Todos os olhares se voltaram à ela, e ele foi à sua direção, ainda carregando o pedaço de tecido que lhe compreendia o sentimento guardado: "Não vá embora", ele disse.
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
O trabalhador
Levanta cedo todos os dias
Não tem ânimo, não tem fôlego
Apenas continua respirando
Grande tempo de seu dia perde esperando algo
O ônibus, a fila do banco e os dez minutos para chegar a hora de ir embora
Ganha pouco, mas o suficiente para sobreviver e sustentar seus três filhos
Um menino de 10, uma garota de 13 e um adolescente de 17
O mais novo ainda brinca de bonecos e assiste desenho animado
A do meio já está tendo relações sexuais com seu segundo parceiro
O mais velho é viciado em drogas (qualquer uma), não para em emprego
Dona Luisa, sua mulher, trabalha como faxineira
Nunca teve carteira assinada, mas já foi mandada embora quatro vezes
As patroas alegavam que "coisas" sumiam de suas casas
A mulher nunca soube explicar
Ele era honesto, talvez inocente
Nunca roubou, nunca levantou a voz, nunca bateu em ninguém
Era infeliz
Há meses não fazia sexo com sua mulher
O corpo decadente dela não o excitava
Era mútuo
Do trabalho ia para o bar
Do bar, as vezes, voltava logo para casa
Se não, ficava para jogar truco e apostava dinheiro
Certa vez perdeu 200 reais
Dona Luisa surtou
Arranjou um amante
E ele apenas fingia que não sabia
Era o dono do bar, que sempre lhe dava cachaça de graça
Ganhou fama de corno pelas redondezas
Tinha ódio, mas era incapaz de fazer algo
Um dia saiu para comprar cigarro, e nunca mais voltou
Não tem ânimo, não tem fôlego
Apenas continua respirando
Grande tempo de seu dia perde esperando algo
O ônibus, a fila do banco e os dez minutos para chegar a hora de ir embora
Ganha pouco, mas o suficiente para sobreviver e sustentar seus três filhos
Um menino de 10, uma garota de 13 e um adolescente de 17
O mais novo ainda brinca de bonecos e assiste desenho animado
A do meio já está tendo relações sexuais com seu segundo parceiro
O mais velho é viciado em drogas (qualquer uma), não para em emprego
Dona Luisa, sua mulher, trabalha como faxineira
Nunca teve carteira assinada, mas já foi mandada embora quatro vezes
As patroas alegavam que "coisas" sumiam de suas casas
A mulher nunca soube explicar
Ele era honesto, talvez inocente
Nunca roubou, nunca levantou a voz, nunca bateu em ninguém
Era infeliz
Há meses não fazia sexo com sua mulher
O corpo decadente dela não o excitava
Era mútuo
Do trabalho ia para o bar
Do bar, as vezes, voltava logo para casa
Se não, ficava para jogar truco e apostava dinheiro
Certa vez perdeu 200 reais
Dona Luisa surtou
Arranjou um amante
E ele apenas fingia que não sabia
Era o dono do bar, que sempre lhe dava cachaça de graça
Ganhou fama de corno pelas redondezas
Tinha ódio, mas era incapaz de fazer algo
Um dia saiu para comprar cigarro, e nunca mais voltou
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
O lenhador
Era alto, pançudo, de braços fortes e costas largas.
Caminhava com as pernas semi-abertas e dava passos largos e pesados.
Tinha voz de trovão. Estridente e grave.
Possuía muito cabelo, muita barba e o olhos saltados.
Os lábios eram carnudos, vermelhos e sempre estavam úmidos.
Da mesma forma que chamava atenção onde quer que entrasse, assustava.
Das mulheres atraía os olhares. Muitas vezes bundas ou seios à mostra.
Ele flertava. Mas não era só isso que desejava.
Arrastava um rabo de saia por onde podia.
Dava tapa na cara. Arrancava a roupa. Metia com força.
Era selvagem.
Algumas gostavam.Outras não.
Pediam para parar. Ele não obedecia.
Ficava mais excitado.
Enforcava. Não para matar.
Mas já assassinou duas vezes. Noutra, aleijou.
Morreu sem nome.
Com um tiro na nuca.
Encontrado num beco.
Ninguém sentiu sua falta. Ninguém foi ao seu velório.
Seu corpo foi cremado. Suas cinzas, jogadas fora.
Caminhava com as pernas semi-abertas e dava passos largos e pesados.
Tinha voz de trovão. Estridente e grave.
Possuía muito cabelo, muita barba e o olhos saltados.
Os lábios eram carnudos, vermelhos e sempre estavam úmidos.
Da mesma forma que chamava atenção onde quer que entrasse, assustava.
Das mulheres atraía os olhares. Muitas vezes bundas ou seios à mostra.
Ele flertava. Mas não era só isso que desejava.
Arrastava um rabo de saia por onde podia.
Dava tapa na cara. Arrancava a roupa. Metia com força.
Era selvagem.
Algumas gostavam.Outras não.
Pediam para parar. Ele não obedecia.
Ficava mais excitado.
Enforcava. Não para matar.
Mas já assassinou duas vezes. Noutra, aleijou.
Morreu sem nome.
Com um tiro na nuca.
Encontrado num beco.
Ninguém sentiu sua falta. Ninguém foi ao seu velório.
Seu corpo foi cremado. Suas cinzas, jogadas fora.
Despertar
Acordo com a luz do sol batendo em meu rosto. Tento me levantar por alguns minutos e então, os acontecimentos da noite anterior vêm à tona.
O gosto amargo do último trago, o dissabor inconstante da ressaca se faz, então, presente. Eu me pergunto: o que eu tenho que fazer agora? Então minha mente se silencia.
Caminho em direção ao banheiro, ao som da voz de cobrança em meus pensamentos: quem você se tornou? O que você precisa para continuar respirando?
Essas questões desaparecem assim que jogo água em meu rosto. Lavo a matéria física, mas não a alma.
(...)
O que alimenta uma alma?
Procurar acalento em braços alheios sob a falsa ideia de aqueles momentos poderiam se transformar em amor? Ou continuar acreditando na ilusão de que seria possível amar novamente?
Vagamente procuro, a cada toque, um meio de suprir meus desejos. Mas desejos podem ser considerados mundanos, num trajeto muito distante do sentimento.
Talvez seja culpa da promessa momentânea que já fiz a alguém, de que só é possível amar uma única vez na vida. Tais pensamentos tornaram a minha própria opinião numa prisão, construída sob uma estrutura de gelo, que apenas gela e nunca derrete.
Já amei. E no mesmo sentido que amei, sofri.
Este mesmo amor, que aconteceu entre ambos no instante da primeira troca de olhares, foi o mesmo que se evaporou com semelhante velocidade em que ternura e prazer foram substituídos por repulsa e impropriedade.
Desperto sob o pesar de que os dias de felicidade já não existem mais e apenas há uma sombra em que, ininterruptamente, me faz confundir diversão com sentimento.
Desencontro
Se fosse uma festa, poderia ser no banheiro.
Se fosse numa casa lotada, de repente, no quarto de empregada.
Se fosse na boate repleta de seguranças, iriam para um motel.
Estavam com vergonha, afinal, não havia intimidade. Mas não se importam.
Entram no quarto e começam a se beijar de novo. Reacendem o tesão.
Arrancam as roupas imediatamente.
Bocas, línguas e mãos percorrem por ambos os corpos, que exalam diversos odores.
Ele pega a camisinha guardada há meses na carteira.
Vê se não tem ar e coloca no pênis.
Ele reclama que o preservativo é apertado.
Mete sem parar e sem beijar. Tenta algumas posições, mas é rápido.
Ele goza. Ela finge.
Ele vira do lado e dorme. Ela acende um cigarro.
Ele acorda 1 hora depois com o pau já duro.
Ela havia pegado no sono há poucos minutos.
Ele tenta acordá-la com beijos no pescoço, enquanto esfrega o membro em suas nádegas.
Ela, como ainda estava um pouco excitada, resolve ceder.
Começam o vaivém de novo.
Ela goza primeiro.
Ele fica meia hora metendo sem conseguir nada.
Ela começa a ficar cansada.
Ele brocha.
Ela pensa que vai poder descansar, mas ele pega sua mão e coloca lá.
Ela então entende que deve masturbá-lo.
Ele começa a ficar cansado.
Ela não sabe fazer direito.
Ele pede para que ela espere um pouco.
Ela tenta reanimá-lo e desce com a boca.
Ele gosta e começa a subir.
Não adianta, ela fica encostando o dente.
Ele brocha de novo.
Ele pede para ela esperar novamente.
Ela então dorme.
Ele a espera adormecer e vai bater uma no banheiro.
Cada um vira de um lado da cama.
Despertam com um dos celulares tocando.
Ele tem que ir trabalhar de manhã cedo.
Ela checa o seu telefone também e vê seis ligações perdidas da mãe.
São 7 horas da manhã, dá tempo para uma rapidinha.
Ela checa o seu telefone também e vê seis ligações perdidas da mãe.
São 7 horas da manhã, dá tempo para uma rapidinha.
Ela quer outra vez. Ele também.
Se excitam rapidamente, mas sem se beijar por causa do hálito.
Ele coloca a última camisinha que tinha e reclama que não gosta.
Ela concorda.
Ele tenta colocar o pênis na vagina sem proteção.
Ela manda ele tirar e fica nervosa.
Ele pede desculpas.
Ela cede.
Eles começam novamente.
Ele goza. Ela finge.
Ele pede para racharem a conta. Ela diz que não tem dinheiro.
Ele passa no cartão dos pais e pergunta se o nome do motel não aparece na fatura.
A caixa responde que não. Sem problemas.
Ele a leva até sua casa.
Não trocam nenhuma palavra.
Ele pede seu número. Ela passa errado.
Ela desce do carro, e se despede com um aceno e meio sorriso.
Ele corresponde com uma piscadela.
Ele corresponde com uma piscadela.
Ele apaga o número dela da memória e pisa no acelerador.
Ela entra em casa, caminha até o quarto, pensando no que havia feito.
Depois de duas horas, consegue dormir.
Vida noturna
Acordava com ânsia de vômito.
Ia até o banheiro para mijar, mas acabava defecando líquido.
Jogava água no rosto, mas a sensação desconfortável não passava.
Entrava embaixo do chuveiro, ficava paralisada durante meia hora.
O vapor da água a deixava tonta, corria até a privada e vomitava.
Se sentia melhor. Às vezes, voltava para cama.
Se não, ia devorar qualquer bagulho que tivesse na geladeira.
Prometia nunca mais beber ou usar drogas. Muitas vezes rezava.
Nunca pedia a Deus, porque não acreditava.
Mas achava que alguém estaria ouvindo sua prece.
Passava o dia todo tentando se recompor.
Resolvia pegar o celular para ver as ligações perdidas.
Não aguentava e retornava o sms de convite para uma festa.
Trocava de roupa, passava maquiagem pesada.
Muito corretivo para cobrir as olheiras. Muito batom para parecer sexy.
Engolia um pedaço de pão para não perder a carona.
Mandava o padê para dentro das narinas, enquanto ria do papo dos amigos.
Dava uns goles na vodca barata que compraram para fazer o esquenta.
Chegava na festa e cumprimentava a todos como se fosse íntima.
Sorria até para os inimigos e abraçava os conhecidos.
Bebia tudo o que encontrava: uísque, rum, vodca, cachaça.
Ficava alegrinha e ia até a varanda pra falar com a galera do baseado.
Descolava alguns pegas. A brisa batia rápido então ria sem parar.
Encontrava o peguete da semana anterior, ou o boy novo do rolê.
Flertava. Chamava pra dançar. Beijava.
Se a pegada fosse boa, se excitava.
Iam para um canto escuro e começavam a brincar de mãozinha.
A boca ia descendo pelo pescoço até chegar nos seios.
Sua mão ia passando da coxa dele, até chegar à virilha, até chegar ao pênis.
Ereto e pulsando. Enquanto a respiração de ambos ficava alta.
Era hora de arranjar um quarto.
O pescador
Era o típico homem sonhador...
Acordava todos os dias com o raiar do sol.
Espreguiçava-se, sentava-se à beira da cama e dava o último bocejo do dia.
Caminhava até o banheiro enquanto cantarolava algum sertanejo.
Olhava-se no espelho, dava alguns tapinhas no rosto e depois esticava as pálpebras.
Em uma mão levava uma pílula à boca, noutra, um bocado de água da torneira.
Passava o creme dental na escova de dentes e depois esfregava-os até sangrar a gengiva.
Trocava de roupa. Sempre uma camisa pólo branca e uma calça tactel.
As roupas ficavam dobradas ao lado da cama, junto com um retrato de família.
Então caminhava até a cozinha, enquanto cantava a mesma canção.
Colocava água para esquentar num bule e pegava a manteiga na geladeira.
Com uma colher, tirava um bocado e colocava na frigideira já quente.
Se orgulhava do barulho da manteiga derretendo e saboreava o aroma que fazia.
Quebrava um ovo ali dentro, enquanto passava o pó de café na água fervente.
Tirava duas fatias de pão de forma do saco e as besuntava de maionese.
Colocava o ovo frito no meio além de algumas sobras de bacon defumado da noite passada.
Ligava a TV que ficava na cozinha, depois sentava-se à mesa para desfrutar sua refeição.
Ia até o banheiro para descarregar sua necessidade, enquanto folheava o jornal da semana anterior.
Dava descarga e se despedia de seus restos, fazendo-lhes um aceno em conjunto com um sorriso.
Atava na cintura a velha pochete em que carregava seus documentos e alguns trocados.
Caminhava até a garagem para colocar suas tralhas de pesca no porta-malas.
Verificava se todas as portas e janelas estavam trancadas, e depois partia.
Conduzia no máximo até 40 quilômetros por hora, enquanto a rádio funcionava conforme frequência.
Demorava 1 hora e meia para chegar até o rio mais próximo de sua casa.
Descarregava suas tralhas do porta-malas, enquanto se alegrava ao ouvir o barulho dos sapos.
Preparava sua isca e jogava a rede na água, enquanto reparava na beleza da natureza.
Sentava-se à beira do rio, acendia um cigarro de palha e apreciava o odor do tabaco.
Olhando para o céu, lembrava das alegrias que já teve na vida: uma esposa, e dois filhos pequenos.
Tirava uma garrafa de cachaça da sacola e dava alguns goles da bebida. Depois fazia cara feia.
Soltava algumas lágrimas e descia mais pinga pela garganta. Dava um gemido.
Ficava ali até o sol começar a se pôr. Tirava a rede da água, muitas vezes sem nenhum peixe.
Carregava suas tralhas até o carro, se sentava no volante e ligava o rádio para ouvir as notícias do dia.
Demorava 2 horas para chegar até sua casa, e, durante o trajeto, se irritava com o trânsito.
Guardava o carro na garagem, tirava as tralhas do porta-malas, e, se houvesse peixe, colocava-os no freezer.
Subia até a cozinha. Preparava um bife apenas com sal e pimenta e colocava o arroz para cozinhar.
Tomava um banho de cinco minutos, enquanto batia uma punheta pensando em alguma atriz de filme pornô.
Secava-se com a mesma toalha que não lavava há três semanas. Depois colocava uma cueca apenas.
Corria até a cozinha para ver se o arroz não havia queimado. Preparava seu prato e retirava uma cerveja da geladeira.
Ligava a TV, sentava-se à mesa e devorava sua refeição. Ficava mais de três horas no mesmo lugar.
Começava a sentir sono. Dava uma mijada no banheiro, escovava os dentes e depois deitava na cama.
Fechava os olhos e, quando não houvesse sono, ligava o abajur para ler um livro de auto-ajuda.
Não conseguia dormir, então batia outra punheta, gozava e ia até o banheiro para mijar e lavar o pênis.
Se o orgasmo fosse muito forte, dormia ali mesmo, no mesmo instante pós-gozo.
Finalmente conseguia dormir. Acordava 7 horas depois e começava tudo de novo.
Acordava todos os dias com o raiar do sol.
Espreguiçava-se, sentava-se à beira da cama e dava o último bocejo do dia.
Caminhava até o banheiro enquanto cantarolava algum sertanejo.
Olhava-se no espelho, dava alguns tapinhas no rosto e depois esticava as pálpebras.
Em uma mão levava uma pílula à boca, noutra, um bocado de água da torneira.
Passava o creme dental na escova de dentes e depois esfregava-os até sangrar a gengiva.
Trocava de roupa. Sempre uma camisa pólo branca e uma calça tactel.
As roupas ficavam dobradas ao lado da cama, junto com um retrato de família.
Então caminhava até a cozinha, enquanto cantava a mesma canção.
Colocava água para esquentar num bule e pegava a manteiga na geladeira.
Com uma colher, tirava um bocado e colocava na frigideira já quente.
Se orgulhava do barulho da manteiga derretendo e saboreava o aroma que fazia.
Quebrava um ovo ali dentro, enquanto passava o pó de café na água fervente.
Tirava duas fatias de pão de forma do saco e as besuntava de maionese.
Colocava o ovo frito no meio além de algumas sobras de bacon defumado da noite passada.
Ligava a TV que ficava na cozinha, depois sentava-se à mesa para desfrutar sua refeição.
Ia até o banheiro para descarregar sua necessidade, enquanto folheava o jornal da semana anterior.
Dava descarga e se despedia de seus restos, fazendo-lhes um aceno em conjunto com um sorriso.
Atava na cintura a velha pochete em que carregava seus documentos e alguns trocados.
Caminhava até a garagem para colocar suas tralhas de pesca no porta-malas.
Verificava se todas as portas e janelas estavam trancadas, e depois partia.
Conduzia no máximo até 40 quilômetros por hora, enquanto a rádio funcionava conforme frequência.
Demorava 1 hora e meia para chegar até o rio mais próximo de sua casa.
Descarregava suas tralhas do porta-malas, enquanto se alegrava ao ouvir o barulho dos sapos.
Preparava sua isca e jogava a rede na água, enquanto reparava na beleza da natureza.
Sentava-se à beira do rio, acendia um cigarro de palha e apreciava o odor do tabaco.
Olhando para o céu, lembrava das alegrias que já teve na vida: uma esposa, e dois filhos pequenos.
Tirava uma garrafa de cachaça da sacola e dava alguns goles da bebida. Depois fazia cara feia.
Soltava algumas lágrimas e descia mais pinga pela garganta. Dava um gemido.
Ficava ali até o sol começar a se pôr. Tirava a rede da água, muitas vezes sem nenhum peixe.
Carregava suas tralhas até o carro, se sentava no volante e ligava o rádio para ouvir as notícias do dia.
Demorava 2 horas para chegar até sua casa, e, durante o trajeto, se irritava com o trânsito.
Guardava o carro na garagem, tirava as tralhas do porta-malas, e, se houvesse peixe, colocava-os no freezer.
Subia até a cozinha. Preparava um bife apenas com sal e pimenta e colocava o arroz para cozinhar.
Tomava um banho de cinco minutos, enquanto batia uma punheta pensando em alguma atriz de filme pornô.
Secava-se com a mesma toalha que não lavava há três semanas. Depois colocava uma cueca apenas.
Corria até a cozinha para ver se o arroz não havia queimado. Preparava seu prato e retirava uma cerveja da geladeira.
Ligava a TV, sentava-se à mesa e devorava sua refeição. Ficava mais de três horas no mesmo lugar.
Começava a sentir sono. Dava uma mijada no banheiro, escovava os dentes e depois deitava na cama.
Fechava os olhos e, quando não houvesse sono, ligava o abajur para ler um livro de auto-ajuda.
Não conseguia dormir, então batia outra punheta, gozava e ia até o banheiro para mijar e lavar o pênis.
Se o orgasmo fosse muito forte, dormia ali mesmo, no mesmo instante pós-gozo.
Finalmente conseguia dormir. Acordava 7 horas depois e começava tudo de novo.
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