quinta-feira, 14 de março de 2013

Embrulho

Ele dizia para ela:
- Não se vá, fique comigo!
Ela continuava de cabeça baixa.
Ele então a sacudia.
- Diga algo, diga! Por favor, diga que me ama!
Ela ainda não respondia.
E ele insistia sem hesitar:
- Eu te amo, por favor, me ame também!
Ela tentava se esquivar de seus braços. Ele não os largava.
Ele ia apertando cada vez mais forte. Estava claro que estava a machucando.
Ela então pôs-se a chorar. Um choro baixo, quase calado. Sofrido, temeroso.
Ele a sacudia mais rapidamente.
- Fala alguma coisa! Fala, VADIA! Diz que me ama, que me AMA!
Ela então começou a se desesperar, chorava mais alto. E mais medo sentia.
Nenhuma palavra saía de sua boca.
Ele começou a estapeá-la. Ela já não era capaz de se defender.
Ele esmurrou ferozmente aqueles pequenos e finos lábios, fazendo-os sangrar delicadamente.
- Sua vagabunda! Diz que me ama e não aquele infeliz! Eu que sou seu homem!
Ele bateu outra vez com mais força. Ela caiu e bateu a cabeça no chão.
Ele então começou a chorar.
- Por que você faz isso? Por que me fez chegar a esse ponto? Eu te amei tanto...
Ele tentou levantá-la pelo braço, ela soltou a mão dele, dando-lhe as costas.
Os olhos dele encheram-se de lágrimas e sua expressão voltou a ser aterrorizante.
- Você nunca me amou, não é, sua biscate?
Ele a levantou com forças, depois a empurrou contra a grade de ferro que adornava o ambiente.
Ela não conseguia olhar nos olhos dele. Ele se enfureceu, deu-lhe um soco na boca.
O sangue jorrava deliberadamente, manchando a blusa dele.
- Por que não me ama? POR QUÊ?
Ela deu-lhe as costas. Ele tirou um canivete do bolso e apontou para ela.
Depois desistiu e apontou para a própria garganta. Ela ficou em choque.
- Anda, sua vagabunda! Vai me deixar morrer? É isso o que você quer, não é?
Ela apenas o fitava, com medo. Ele começou a cortar o pulso, o sangue esguichava.
Ela estava atordoada. Ele continuava a gritar e a xingá-la.
- Quer que eu morra por você, não é vadia?
Ela parecia sussurrar algo incompreensível, talvez estivesse engasgada.
Ele então jogou o canivete no chão e foi para o lado dela. Mudou sua expressão, ficou pálido.
- Diga! Diga! - disse, pegando-lhe em suas mãos.
Ela ainda engasgada, começou a se curvar. Ele pôs a bater em suas costas.
- Fala, você consegue!
Ele então virou-se de frente à ela e pegou em suas mãos, voltara a ficar furioso.
- Diga, por favor! Diga QUE ME AMA!
Ela então vomitou em seu rosto.
- BLARGH!

Início de ano

Inícios de ano são sempre um porre para mim. Me afundo num submundo inconsciente da minha psique, e demoro, pelo menos, duas semanas até digerir a informação de que algo acabou e outro se iniciou. Terminar um ano, é deixar no passado todos os acontecimentos ocorridos naquele período de tempo, é nisso que as pessoas acreditam, mas quem dita o que é passado, presente e futuro, somos nós mesmos.

Tons de liberdade

1. A liberdade é como uma maldição cor-de-rosa.
Tanto encantadora quanto devastadora.

2. A liberdade é algo tanto fascinante quanto destruidor. 
É impossível impôr um limite depois que você já ultrapassou a barreira há muito tempo.