quarta-feira, 9 de maio de 2018

Desfragmentada

Quantas vezes eu vou me perguntar: que merda eu estou fazendo da vida?

Ano passado, mesma coisa, mesma época. A ansiedade mistura com a vontade de meter o louco fica fazendo o meu cérebro fritar até perder o sono por semanas seguidas, até que chega a exaustão. Da euforia à depressão. Meu corpo já grita comigo tentando me salientar que eu estou fazendo errado. E minha mente me convence de que eu sempre faço tudo errado. O que estou esperando tanto para que as coisas fiquem assim? Eu nem sei o que eu estou buscando. Me engano tentando me entreter sem saber o que pensar, o que fazer até chegar este momento em que eu não quero fazer nada. Em que viver é uma lástima. Até a vontade de fugir sumiu, assim tudo vai se transformando na vontade de sumir.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Limpeza de lente e concreto

Eu me encontrei em mim mesma assim que eu percebi que não preciso de muitas coisas para ser feliz. Não preciso de posses, um carro na garagem, uma sensação de extremo conforto financeiro e material, mas sei que preciso de amor, seja de quem for, de amigos, da família, ou de alguém que mal conheço, mas que me faz me enxergar completamente despida de incertezas. A vida tem se mostrado afável comigo, como se eu estivesse prestes a conquistar coisas que eu lutei. O problema é que tudo isso demanda espera e a minha ansiedade me faz me perder às vezes no álcool e na extrema necessidade de me manter em movimento, buscando por uma diversão abusiva e que tem afetado meu bolso e meu corpo. Eu já nem estou mais tentando ser vegetariana nos últimos dias, porque minha fome por viver tem sido tão insaciável que não consigo mais distinguir o que é gula ou fome. Mas eu não caio. Eu me mantenho numa corda bamba sem escorregar, como uma verdadeira equilibrista. Não que eu me sinta equilibrada, não posso mentir para mim mesma, mas porque eu aprendi que como não cair. Eu me sinto forte, como se nada pudesse me abalar e é sob essa força que eu vou lidando com esse presente desgastante e tentando plainar sobre a vida de uma maneira, quase, positiva. Eu sinto que mudei e talvez tenha crescido, provavelmente. Hoje, meus sonhos são outros, eu não tenho mais tesão em fugir e testar loucuras sob outra ótica, porque minha vista estava embaçada e agora tudo parece mais claro para mim. Eu quero mais que trascender, eu quero construir. Nem que seja tijolo por tijolo, e com isso, muito suor, mas argamassa não falta, porque até nisso eu vou conseguir esculpir. Está tudo bem, tudo bem.

Last day of magic


Você foi o mais próximo do que eu poderia sonhar. E eu sonho muito, mas nunca vou muito além porque a vida me ensinou a ser realista. E, às vezes, pessimista. Sonhamos juntos, mas o peso da realidade endureceu muito antes que pudéssemos concretizar algo. "A vida é como um sonho, acordar é que nos mata", disse Virginia Wolff. Você despertou para a sua realidade e esqueceu-se deles. E assim, eu sigo te esquecendo mais a cada dia.