segunda-feira, 6 de junho de 2016

Dor na coluna, a resposta da dúvida


Sinto uma dor na coluna, há duas semanas, sem qualquer razão. A mesma dor tem afetado meu sono, que também não está da melhor qualidade, assim como tem me impedido de ir na academia nos últimos dias. Ela causa um desconforto que pulsa da coluna vertebral às costelas. Como um incômodo que lateja, persistente. Como uma dúvida sem conclusão. Um pensamento que não se completa, mas permanece aberto, sem cicatrizar.
Em alguns dias completo 26 anos e, com a espera involuntária pela chegada deste dia, vem a ânsia, a insônia e a dúvida. O que eu quero da minha vida? Eu quero continuar neste emprego? Quero casar e ter filhos? Quero largar tudo e ir morar na praia? E tantos pensamentos parecem cada vez menos importantes - mas não menos frequentes - do que a preocupação com dinheiro, necessidade de felicidade e relacionamentos interpessoais.
Encontrei uma luz que, metaforicamente (por favor), me mostrou o que eu desejo, o que substancialmente poderá me fazer feliz. Sei que essa felicidade é superestimada muitas vezes, ninguém é feliz todo dia fazendo o que escolheu pra vida, mas também já sei o que não quero. E o que eu não quero é cometer os mesmos erros.
Sinto que amadureci lendo anotações de um ano atrás, mas os questionamentos, ah, esses persistem e insistem. Causam dúvidas, fraquejamentos e perturbações. Me pergunto o que faz as pessoas felizes. Seria uma casa grande? Um passaporte cheio de carimbos? O emprego dos sonhos? O carro do ano? Filhos e animais de estimação? Essas coisas me trariam felicidade? Ou eu só tenho que fazer um pouco do que gosto a cada dia (e, de preferência, cada vez menos do que não me agrada)?
Tive momentos de fúria e caos mental, quis a morte como subterfúgio para meus pensamentos incansáveis e pseudo-suicidas, me afoguei e continuo na orla por não saber nadar. As águas turvas me trouxeram à superfície, como se me salvassem. Ou seriam minhas nadadeiras tentando se mover? A verdade é que não sou filha de peixe, aliás, até sou, mas não fui aprendiz porque voei demais. E talvez seja no ar, com os pés longe do chão, que eu poderia me encontrar.
Da lama veio a sobriedade. Não que significassem caminhos consequentes, mas a exaustão me trouxe o oco, e esse vazio precisa ser completado. Sem dor, nem pressão, apenas, completado até a borda. Eu não sou líquido, mas evaporei.