domingo, 14 de dezembro de 2014

Adeus, politicamente corretos de minha vida!

O ano vai chegando ao fim e, com isso, o clima de festa começa e a minha energia passa a se voltar totalmente a isso. Já não quero mais trabalhar, quero que os dias de bebedeiras e risadas, com direito a por do sol direto do mar, e muito amor para dar e receber que só alguns ambientes e algumas pessoas podem proporcionar, cheguem logo. Eu sou assim, eu gosto de me doar. E nessa época do ano só restam dois sentimentos que se contradizem: felicidade ou tristeza. Meus últimos finais de ano foram o que eu chamaria de tristes, e nenhum deles representou o ano seguinte que se iniciou, mas com tantos finais de ano tristes, eu mereço um bem felizão, não? Pois bem, semanas de viagens me aguardam, e eu não vejo a hora delas chegarem para saciarem a minha vontade deliciosa de viver. Não sei o que exatamente me aguarda em cada uma das três viagens que farei, mas essa curiosidade me causa um arrepio na espinha. Me sinto calma e corajosa, não é toda semana que se pode viajar e curtir o verão. Queria estar com uns quilos a menos, mas tudo bem, consigo causar boa impressão ou, pelo menos, me sentir bem. É engraçado o quanto me sinto otimista com o que esses próximos dias me reservam. E com este ano que já tem os dias contados para acabar, eu deixo aqui o meu adeus aos politicamente corretos que insistiram em surgir na minha vida este ano.
Foram tantos certinhos que me fizeram repensar constantemente sobre quem eu era e o que eu queria, e no fim me deixaram mais confusa do que eu merecia estar. Então, adeus, ADEUS! Me deixem de uma vez por todas, se afastem, vão para bem longe ou sumam! Continuem em suas casinhas com seus sentimentos de vazio e depressão que vocês tentam preencher com a faxina diária de seus quartos, com as louças secas e limpas que vocês tanto fazem questão de lustrar, com suas mentes cheias de indagações mas sem desafios, com suas rotinas regradas em que vocês tentam encontrar o equilíbrio através da alimentação e do exercício físico, mas não com consciência, e sim com uma mania estranha e perversa que vocês insistem em seguir por terem medo de se perderem, e com as suas vidas sem emoção que nada tem a ver comigo. Não se atraiam por mim, rapazes. Não me busquem, não venham atrás de mim. Porque na primeira impressão eu nunca quero nada com vocês, eu até tenho que olhar duas vezes para encontrar um charme que para a maioria dos olhos é inexiste. Não me venham com suas gentilezas para depois me tratarem com frieza. Eu não quero vocês, não quero nenhum de vocês para me fazer sentir mal por ser quem eu sou. Não quero ninguém para julgar a minha loucura através do discurso silencioso que rodeia as suas mentes. Não quero seus corpos, por mais que eu me perca neles, eu não quero me perder, eu quero me encontrar. Eu não gosto disso e nada disso me faz bem. Fiquem longe, com suas portas e janelas fechadas em que quase ninguém pode entrar, com seus pensamentos, que vocês nunca querem compartilhar. Continuem distantes em suas vidas medíocres, porque eu, ah, eu vou é conquistar este mundão enquanto vocês preparam o chá das cinco em ponto. Eu vou é me jogar nessa vida louca e bandida enquanto vocês falam consigo mesmos e tentam fazer tudo certo, porque, convenhamos, é certo só na cabeça de vocês, mas só assim vocês conseguem colocar a cabeça no travesseiro e dormir. Dormir até não dar mais, porque é isso que vocês fazem: dormir enquanto a vida corre. Vão, seus infelizes, vão procurar meninas certinhas iguais a vocês, para que assim vocês tenham a vida sem sal que tanto almejam, ao lado de alguém igualmente sem sal, e façam filhos sem sal, porque eu gosto é de muito tempero. Pode por pimenta, pode por molho inglês, canela e até coentro, e pode por wasabi também, porque é com muito sabor que eu quero continuar vivendo! Eu não quero alguém para me consertar ou para mostrar o quanto sou errada, eu quero alguém que seja louco e se perca comigo, que me acompanhe nas minhas "viagens", e que não tente me aprisionar em seus gelados e amargos braços. Sumam, seus esquisitões! Eu não estou interessada em seus papos teóricos, em seus ceticismos e em suas confusões, não quero saber das suas vidinhas cheias de normas e bloqueios que vocês mesmo impõem. Eu vou continuar vivendo loucamente com muita leveza, liberdade e prazer, e vou mudar e transformar todo o meu curso todas as vezes que eu quiser e sentir necessidade, porque eu, eu sim, sei o que significa ser livre, e vou parar em qualquer lugar que a vida me levar, enquanto vocês, ah, que pena, vão viver e morrer exatamente onde têm certeza. Mas não sinto dó de verdade de vocês, porque eu sei que vocês amam essa piedade, eu quero que vocês fiquem o mais longe possível da minha realeza, porque não, meus amores, aqui não tem lugar para o universo razoável e duvidoso de vocês! Porque enquanto vocês estão aprisionados em suas ilhas, eu estou voando de nuvem em nuvem e onde o ar puder me levar. Adeus, certinhos, eu não sirvo para vocês!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Passou

Astrologia explica tudo, ou quase tudo. Hoje eu percebo que toda a minha aflição era explicável através dos trânsitos dos céus. E passou, assim como descrito na minha carta progredida. E eu nunca me senti tão tranquila. A resposta foi negativa, e assim o alívio se fez presente. Nunca me senti tão feliz com algo tão corriqueiro na vida de uma mulher, no entanto, com tantos significados. Doeu, passou, evaporou.

Tudo o que doía, incomodava e afligia desapareceu, restando uma paz calma e surgida em um momento essencial. E que continue assim, da forma que puder. Obrigada.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

À espera de uma resposta

O fim do ano vai se aproximando e eu me sinto como se estivesse no mesmo ponto que parei no ano anterior, se não pior, porque aquela situação eu sabia que, demoraria, mas seria passageira. Do que me adiantou tantas vivências, ter conhecido tantas pessoas, e ter me deparado com tantas reflexões se me sinto tão perdida quanto nos dias em que eu dividia um quarto, em que minha avó com alzheimer definhava e gritava no outro, pedindo por água ou atenção, em que via meus pais desesperados e levava um relacionamento que só me fazia mal? Para o que me serviu ter vivido tantas coisas, na mesma velocidade que comanda a minha ânsia insaciável por viver, se hoje eu me vejo sozinha, contida e com medo? Por que as sensações boas de liberdade, de paixão, de amor e de extrema felicidade foram embora, tão fugazes, e as de confusão continuam a imperar? Será que eu não sei viver bem e aproveitar os bons momentos? Será que eu sou tão insegura ao não saber enxergar quais são os meus principais erros e continuar a cometê-los? Será que eu não aprendi a me amar? Tudo o que fiz para me sentir viva, no fim, me fez sentir mais vazia do que eu já pude ficar e agora sinto que cheguei num fundo que eu nunca imaginei alcançar. Não é a depressão, nem a ansiedade, é a confusão e o medo. Me sinto coagida pelos meus próprios pensamentos, porque eu sinto que meu futuro está comprometido a partir do momento que a resposta que se faz necessária chegar em minhas mãos, e eu a temo. Temo mais o seu resultado positivo, claro, mas o negativo também me amedronta, porque vai confirmar a minha loucura. Talvez porque eu não queria passar por tudo isso sozinha, mas eu não tenho a quem recorrer, aliás, eu não posso, é muito peso para qualquer pessoa, e eu sinto que, por mais difícil e por mais que isso me machuque, devo resolver sozinha. Tenho bons amigos, alguns já sabem e demonstraram a ajuda que puderam oferecer, mas outros, eu não sei onde estão, e sinto que não lhes devo incomodar. Eu odeio parecer pedante, meu orgulho é muito grande para isso, mesmo que minha necessidade de ser honesta e me expressar seja enorme, talvez, esse seja o momento de me calar. Por mais que eu ache que não devo passar por isso sem qualquer apoio, ou com alicerces fracos que podem facilmente despencar, eu acredito que me fará mais forte se eu souber conduzir o caminho que devo trilhar. Eu preciso ser forte. Eu tenho uma força imensa para ajudar os outros, e quanto a mim, minha positividade sempre foi muito presente para não me deixar cair por muito tempo, mas eu cheguei numa situação que não sei lidar, simplesmente por ser algo muito mais físico do que emocional ou psíquico, e que pode comprometer toda a minha vida, mas mesmo assim, que afeta em todos os sentidos. Me sinto apavorada, como uma menininha com medo de escuro após ver um filme de horror às escondidas. Sinto minhas entranhas me devorarem e sintomas físicos nunca antes presenciados. Talvez eu esteja assustada o suficiente para ter criado outro drama, eu queria poder acreditar nisso, mas a cada dia que passa sem evidências que comprovem o contrário, percebo que a carta de conclusão para meu futuro incerto apenas está sendo impressa, prestes a me ser endereçada.
Não penso mais sobre cada caso, mas reflito sobre o todo, e o desfecho foi que eu me ferrei brutalmente, bati a cara feio. Não falo com relação ao que senti ou me fizeram, falo sobre o que está acontecendo comigo, no meu corpo, neste momento. Eu queria que tudo isso não passasse de um pesadelo e que amanhã o dia amanhecesse lindo, com direto à bela vista do mar apenas sendo adornada pelos raios inebriantes do sol, todo cheio de força e esplendor, e que toda essa visão me preenchesse a alma, o suficiente para acalentar minha angústia e calar meus vagos e sombrios pensamentos. Eu estou sozinha à espera de uma resposta. Eu estou sozinha. Eu não sei aonde vou parar.