sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A fugacidade dos sentimentos


Não consigo mais sentir como estava acostumada. No entanto, sinto de outra maneira as sensações e as emoções. Sinto-as de forma sublime, sem toda a ansiedade oca da adolescência. Sinto que os sentimentos fortes como paixão e amor são relativos e, portanto, fugazes. Posso sentir paixão no instante que ele me penetra, posso sentir amor no momento em que acabamos de transar e me viro de costas para ele me abraçar com força, para me aconchegar em seus braços. Tenho noção de que posso me apaixonar a qualquer troca de olhares intensa, a cada toque sedutor, a cada beijo apaixonado, a cada transa com envolvimento, onde as energias fluem delicadamente e o desejo do revival se faz presente. Assim como posso me desapaixonar com a mesma velocidade e instância. Tem sido eu, inconstante nas relações? Não, tenho sido sincera, comigo e com quem escolho me envolver. Há dias em que é difícil ser eu mesma, há situações que tenho necessidade de sair do meu corpo, abandonar essa alma pesada, mas quando descubro o que me aflige, sinto leveza e mais nada. Eu sei exatamente o que quero, mas não vejo meus desejos como estruturas, onde demonstro debilidade de aproximação a quem tenta entrar no meu mundo, apenas impero e, as vezes, desse modo, assusto os mais simples. Sou densa, sou enérgica, sou mística, sou libertina, mas não sou leviana. Esses sentimentos só agem dessa forma pois não encontraram terreno seguro para se expandirem, mas não há pressa, não desminto a vontade, mas ela surge com frequência semelhante às outras de origem mundana. Se acontecer, terá de ser belo e leve. Mas será isso impossível para uma personalidade tão venusiana quanto eu? Será que no amor não precisarei manter os pés no chão para me sentir segura? Tenho repulsa só de começar a ensaiar esses pensamentos, pois sufocam a minha ânsia por liberdade. Essa é a dualidade macabra que vivo nesses últimos tempos, ela tem sido proveitosa e bem usufruída, mas as vezes me traz dúvidas. Serão fugazes também?