terça-feira, 23 de outubro de 2018

Su gracia

En toda la inmensidad de tu ser, siento que ya no me arriesgo, temiendo ser audaz y teniendo cuidado de no parecer acomodada. El amor me parece cómodo, confortable, como un abrazo afable y acalentador o como un beso caliente y que te transporta al más sublime universo. La idealización no es algo que me atrae más, digo lo que siento y no tiene nada más sincero que eso. Quería darte el mundo, yo diría, tiempos atrás, pero me has enseñado, de alguna manera, que el mundo pertenece a todos y dividirlo igualitariamente es más justo y plausible. Quería que el mundo viera el poder de tu sonrisa y que ese gesto fuese capaz de tranquilizar a esa sociedad, se burlaba y desgraciada, pero yo confieso que prefiero tener dosis homeopáticas de esa sensación sólo para mí, porque soy egoísta en toda la ignorancia y insegurancia de mi ser. Nací mujer y así moriré, me convertí mujer y así no me conformé, con el ser social al cual fui calificada y usurpada mi paz fue atravesada. Me sigo perdiendo y encontrándome en tus brazos, entendiéndome y cambiando en nuestras conversaciones y ambicionando un futuro más honesto para nosotros, para todos. Su amor me hace mejor. Gracias.


Imaculável ego

Que traiçoeira seria essa vida que coloca à prova a nossa existência com base apenas na realização através da imagem do outro. Existem tantas formas de viver e se relacionar, mas a nossa sociedade está adoecida com tanta distorção e confusão, que é capaz somente de frisar a sobrevivência por meio da inveja, da competição e da manutenção e enriquecimento da vaidade. E haja combustível pra alimentar tanta vaidade. Combustível esse que depende da alienação, abnegação e submissão de outrem. Onde o outro continua sendo visto como mercadoria, mesmo para aqueles que se dizem contra esse sistema. Qual foi o ponto perdido para que o egocentrismo dominasse as nossas relações? Onde nos encontramos quando achamos que o mundo nos deve o que merecemos? Quando estaremos completamente satisfeitos ou a satisfação é um conceito irreal? Não dá pra ser coletivo quando não sabemos dividir. Não dá pra ser justo quando não temos uma visão realista de nós mesmos. Mas até que ponto a mente perverte ou quer se deixar enganar? A quem realmente enganamos?

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A valsa do pau mole

O pau mole é aquele que dança num compasso ponderado.
Ele é descoordenado e não segue o ritmo da música.
Ele mede algumas involuntariedades do seu corpo,
Enquanto tenta controlá-las a qualquer custo.
Custo até à sua liberdade de movimentos.
Mas ele não se importa com elas ou com eles.
Ele só pensa em fazer seu pau enrijecer. 
Duro, capaz de quebrar um tijolo e fazer chover tesouro.
Na inocente ilusão de sua inabalável masculinidade. 
Para penetrar fundo e possuir a vaidade.
Dar algumas bombadas, breves e drásticas.
Como um maestro regendo a perfeita sinfonia.
Não importando a plateia, pois o palco é seu por excelência.
Ainda que esperando aplausos e pedidos de bis.
Ele goza, ri e geme - um gemido másculo.
Nos segundos mais importantes de sua existência.

Ele acorda e percebe, com decepção.
Para baixo, assim como está seu volume.
Caído, fraco e esquecido na pista de dança.

Aqui jaz o êxito de toda sua virilidade.
Pobre homem.



Escrito originalmente em outubro de 2015.