domingo, 28 de julho de 2013

A vida é um sonho - Uma crônica sobre os efeitos alucinógenos que a vida nos causa

Essa crônica que abaixo se inicia foi inspirada em acontecimentos vivenciados (e imaginados e recriados e aumentados e superestimados) no ano passado.

A vida é um sonho, afirmou um amigo enquanto explicava os milagres pós ayahuasca. 

Cores se intensificaram, brilhos passaram a reluzir em objetos antes inanimados e o mais impressionante, a mudança que se gerou em seu estado de espírito. 

Ele passou de livre hedonista a um sonhador que transmite boas energias por onde quer que transite. 

Quero isso pra mim, pensei. 

Mas preciso ir até um determinado lugar, participar de uma cerimônia de chá ao lado de desconhecidos e passar por uma experiência que sabe-se-lá se será realmente eficiente pra mim?

Vai que enlouqueço ao reviver a mais complexa bad trip da vida e, sob efeito do alucinógeno, me jogo das montanhas?

E se surgirem visões de mortos e tenho que conviver com esses fantasmas do passado a me atormentarem todo santo dia?

Perguntas e mais perguntas. Sempre tenho muita certeza do que quero, mas quando não tenho, devo desconfiar. - Mulher tem essa neura com intuição, sabe? E funciona! Vai pensando...

Uma amiga descreveu relatos parecidos aos dados por esse amigo, mas ao utilizar outra substância, só que química, chamada de ácido, doce, ou mesmo LSD.

Quero mesmo usar drogas? - Sério, Angélica? Aos 22 anos experimentando drogas que nem aos 16 você tinha curiosidade em experimentar?

Resposta negativa.

Aprecio a brisa de beck, ou como gosto de chamar e me sinto íntima a fazê-lo, é o faz me rir. Assim que aprendi a nomear a erva maldita que foi quando realmente aprendi a fumá-la.

Mas ainda gosto mais da minha melhor droga, a cachaça - principalmente se for acompanhada do bom e velho cigarro, ou cigarros. 

Cachaça amarga que já me levou à loucura e à insanidade tantas vezes. 

Cachaça amiga que já me acolheu na mágoa, esquentou meu coração partido e me jogou de frente a novos partidos. 

Errados, mas suficientes para fazer apaziguar a dor. Ou, ao mínimo, trazer um pouco de diversão.

Ou, mais confusão.

Meu amigo ainda disse que depois de vivenciar essa "experiência divina" tudo - sim, TUDO - se tornou tão belo ao olhar, que a vida começou a parecer um sonho.

E o que distingue a realidade de um sonho?

Mas isso é muito complicado, melhor eu ir ali fumar um cigarro, até pegar no sono.




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