terça-feira, 20 de novembro de 2018

Viagem

Tenho receio de levianidade, assumo. Presto atenção ao que não me pertence e sofro porque não sei separar. Não entendo meus limites, pois não gosto de me cercear. Mas tento antecipar e na espera me enclausuro. Na claustrofobia cerebral, divago e permaneço, sem saber onde vou parar. Surtos de lá pra cá, extremos acolá. E uma vontade imensa de fugir sob a esperança de me resgatar. Sem buscas por um porto seguro, a ânsia é por desprendimento. Sentir na pele o vento bater no rosto, devagar. Como uma nova brisa que fornece alegria e contagia. Inocência minha, mas felizes são aqueles que não esperam demais e não mantêm suas mentes presas ao mesmo lugar. O pensamento pode ser ecumênico, basta manter-se livre.

Um comentário:

  1. Fico pensando nos movimentos de antítese, sabe? Se buscamos por liberdade e a valorizamos porque nos sentimos presas, se o receio (e o movimento observável) à tal da levianidade não é porque se sente leviana. Entre o que sentimos e o que somos há uma camada muito grande de subjetividade, mais ou menos justa com nós mesmas e com a realidade em si.

    A busca por estabilidade e segurança pode nos tornar rígidos e insensíveis. Odiamos insensibilidade e rigidez, embora reconheçamos isso em nós mesmos. Buscamos empatia, mas sabemos reconhecer quando a empatia nos é ofertada? A minha ânsia tem sido pelos movimentos de balanço. E o balanço é o acerto de contas, é o movimento pendular que nos tira do eixo. O vento bate no rosto, devagar. Às vezes bate forte.

    Quando não estamos "nos aguentando", penso na física. O peso das coisas é uma relação entre a matéria (massa) e o meio (gravidade). Mudar de meio ajuda e sentir menos o peso das coisas, ainda que você seja a sua própria constante :)

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