sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ele não quer ser amado


Por muitas vezes me perguntei o que estaria fazendo com alguém tão diferente de mim. Tão problemático, tão errado, tão sujo...

A loucura em suas palavras me atraía, do mesmo jeito que ele se atraía pela destruição.

Não sabia o sentido para todo aquele pânico. Talvez eu imaginasse que poderia lhe salvar. Acreditava que, em algum dia, o amor que ele tinha por mim encheria a sua alma e assim, ele não voltaria a flertar com a morte.

Foi então que me dei conta do que mais temia. Ele não tinha alma. Seu corpo movimentava os seus membros inanimados enquanto a sua mente estava constantemente perdida dentro de um abismo.

Eu repetia para mim mesma:
"Ele não consegue ser feliz. Ele não quer ser feliz."

Seu amor me enviou diretamente para o inferno mental. Perdi minha paz de espírito e não tinha forças para enfrentar os monstros que pairavam sobre a minha cabeça. Deste modo, cheguei ao fundo do poço.

Mas eu queria mais.

Me afundei. E ia caindo cada vez mais.

Cheguei onde já não havia luz. Cheguei onde, inconscientemente, eu deveria chegar.

(...)

Incontáveis noites de bebedeiras foram necessárias para lhe tirar da mente. Algumas acompanhada, outras, não.

E mesmo assim ele voltava para me dizer que eu queria mudá-lo. Mas não. Eu queria amá-lo.

Eu repetia para mim mesma:
"Ele não sabe amar. Ele não quer ser amado."

Escrito em: 12.09.2011

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