quarta-feira, 8 de maio de 2013

Por um minuto de cala a boca



Às vezes o silêncio se faz tão necessário quanto comer ou dormir. Ele é tanto essencial para trabalhar e se concentrar, quanto para manter a saúde mental de um indivíduo. É, mental. Afinal, não existe nada mais perturbador do que quando tudo o que você precisa é de um instante para pensar, encontrar respostas que somente um minuto de quietude absoluta concederão, ou apenas querer ficar sozinho, calado e surdo, e, de repente, algo ou alguém interrompe este momento sagrado. Dá para sentir o tom da ofensa? Sim, ofensa, desrespeito, incômodo, perturbação da paz alheia, ou como você quiser chamar. O pior é quando a justificativa para causar tamanha aflição a alguém se resume a uma argumentação: "Mas tudo estava tão quieto". Isso sim, meu caro (a), é uma grande falta de respeito. Levando em consideração o fato de que algumas pessoas não precisam desse tal momento que eu e você tanto valorizamos, e que muitas vezes não entendem que é fundamental parar e pensar para, em seguida, arquitetar um plano e agir, ou então que silêncio é sinônimo de paz, e não me refiro àquela similar ao símbolo tão pregado durante os anos 60, mas à paz de espírito, que só é possível adquirir interiormente e, com certeza, através de muitos minutos de reflexão e calmaria. 

Vá mais adiante e pense que as grandes revoluções não tiveram sucesso apenas com motirões e gritaria, mas porque seus líderes, por algum tempo, permaneceram em quartos escuros considerando os próximos passos que seriam adotados. A mesma linha de raciocínio também se aplica para as criações das notáveis obras de arte, como pinturas, livros e filmes, e até mesmo as mais belas canções provavelmente não foram escritas num ambiente tumultuoso. Claro que, ao falar de inspiração vale tudo, talvez uma música ambiente, ou o som daquela sua banda favorita, mas este caso é outro. O silêncio é um verdadeiro chá tranquilizante e inspirador, já dizia Bukowski que sozinho um homem nunca está só, e é possível gostar da sua própria companhia e torná-la uma grande forma de entretenimento. E porquê duvidar do grande velho safado?

Querer ficar sozinho, por tempo indeterminado ou o quanto se fizer necessário, é um direito de todos. Independente de quem você seja, ou o que faça da vida, este momento é somente seu e não diz respeito a mais ninguém. Portanto, permita-se a um minuto da ausência de qualquer tipo de ruído e distração e aproveite a sensação de plenitude que o silêncio é capaz de promover. Mesmo que você não alcance o ápice de um nirvana, no demais, se houver muito barulho, mande calar a boca.  

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