segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O lenhador

Era alto, pançudo, de braços fortes e costas largas.
Caminhava com as pernas semi-abertas e dava passos largos e pesados.
Tinha voz de trovão. Estridente e grave.
Possuía muito cabelo, muita barba e o olhos saltados.
Os lábios eram carnudos, vermelhos e sempre estavam úmidos.
Da mesma forma que chamava atenção onde quer que entrasse, assustava.

Das mulheres atraía os olhares. Muitas vezes bundas ou seios à mostra.
Ele flertava. Mas não era só isso que desejava.
Arrastava um rabo de saia por onde podia.
Dava tapa na cara. Arrancava a roupa. Metia com força.
Era selvagem.
Algumas gostavam.Outras não.
Pediam para parar. Ele não obedecia.
Ficava mais excitado.
Enforcava. Não para matar.
Mas já assassinou duas vezes. Noutra, aleijou.

Morreu sem nome.
Com um tiro na nuca.
Encontrado num beco.

Ninguém sentiu sua falta. Ninguém foi ao seu velório.
Seu corpo foi cremado. Suas cinzas, jogadas fora.



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